Robótica, inteligência artificial, internet das coisas, manufatura aditiva…. Todas essas tecnologias contribuem para a otimização dos processos industriais, trazendo mudanças em nossa vida contemporânea.
Se você era fã das aulas de História na escola, provavelmente se lembra do processo de Revolução Industrial que começou na Inglaterra do século XVIII e que foi o responsável pela consolidação do capitalismo e dos padrões de consumo no mundo moderno.
Porém, pensar que a Revolução Industrial foi um evento único e que explorou todas as possibilidades da evolução tecnológica é um erro.
De lá para cá, outros marcos ocorreram no desenvolvimento industrial e se tornaram fatores decisivos para a continuidade da primeira grande revolução na indústria.
Atualmente, estamos na quarta geração dos processos revolucionários da tecnologia aplicada à industrialização. Chamada de Indústria 4.0, ela conta com inovações não somente no setor de produção, mas também nas áreas de pesquisa e recursos humanos, com busca de profissionais qualificados e redução das taxas de turnover nas empresas.
Em suma, os avanços tecnológicos trazem cada vez mais mudanças em múltiplos setores da nossa vida em sociedade e contribuem para o desenvolvimento de novos produtos e com o surgimento de novas profissões.
Continue com a leitura do artigo a seguir e saiba detalhes sobre a Quarta Revolução Industrial e de que forma ela mudou a dinâmica dos processos produtivos.
O que é a Indústria 4.0?
O conceito de Quarta Revolução Industrial, ou Indústria 4.0, foi cunhado pela primeira vez em 2011, na Feira de Hannover, evento sobre tecnologia patrocinado pelo governo da Alemanha e presidido por Siegfried Dais e Henning Kagermann.
Baseando-se na alta tecnologia, a Indústria 4.0 utiliza a automação e a conexão de máquinas e sistemas para criar redes inteligentes na cadeia de produção, com o objetivo de digitalizar as atividades industriais, descentralizar as decisões, agilizar e personalizar o fluxo produtivo.
Para isso, a robótica, aliada com a inteligência artificial e outras tecnologias, como computação em nuvem, internet das coisas, big data e manufatura aditiva, se desenvolvem e integram-se de maneiras diversas a fim de se construir “fábricas inteligentes”, com um grande nível de autonomia.
Os seis princípios da Indústria 4.0
De acordo com os criadores do termo Indústria 4.0, existem seis princípios que a diferenciam da fabricação em massa e do nível de automação trazidos pelas revoluções industriais anteriores. São eles:
1) Operação em tempo real: capacidade de coletar dados e fazer análises no momento em que eles são obtidos, otimizando os resultados e agilizando a tomada de decisões.
2) Descentralização: tomada de algumas decisões de forma automática, feita pela própria máquina ou inteligência artificial, com o mínimo possível de intervenção humana. Dessa forma, reforça o conceito de “fábricas inteligentes”.
3) Virtualização: produção de cópia virtual da indústria, por meio de sensores espalhados pelo lugar. Assim, se torna possível a monitoração remota de todos os processos fabris.
4) Modularização: possibilidade de acoplamento ou desacoplamento de módulos de produção, trazendo flexibilidade nas tarefas executadas pelas máquinas conforme a demanda exigir.
5) Interoperabilidade: capacidade de diferentes sistemas de se comunicarem entre si de maneira transparente e integrativa.
6) Orientação a serviço: manejo de departamentos e sistemas informatizados da empresa para que esta possa ofertar soluções e serviços eficientes, conectados com os seus propósitos e maximizando os rendimentos.
Para funcionar seguindo os princípios listados acima, a Indústria 4.0 conta com os mais recentes avanços tecnológicos, principalmente nas áreas da tecnologia da informação e da engenharia.
As principais tecnologias que compõem a Indústria 4.0
As tecnologias de ponta que se destacam nas indústrias atualmente são chamadas de pilares da Quarta Revolução Industrial e estão detalhadas logo abaixo.
– Robótica: construção de dispositivos autômatos, que interagem com o ambiente ou com as pessoas ao redor, e que possuem a capacidade de alterar seu comportamento com base em dados recebidos de sensores.
– Inteligência Artificial: realização de análises avançadas por softwares com o objetivo de aprender padrões existentes, interpretar dados, tomar decisões e agir de forma autônoma.
– Computação em nuvem: distribuição e armazenamento de sistemas e dados em servidores on-line, que podem ser acessados de qualquer lugar do mundo por meio da internet. Assim, aumenta-se as opções de conectividade da empresa, com um custo reduzido se comparado à manutenção de servidores físicos próprios.
– Internet das coisas: conexão de aparelhos físicos, como objetos, veículos e máquinas à internet, possibilitando o controle remoto de tais dispositivos, além de agilizar a coleta e a troca de dados nas indústrias.
– Big Data: devido ao grande volume de dados obtidos diariamente nas fábricas, é necessário a criação de algoritmos que permitam às inteligências artificiais lidarem com um número e uma complexidade cada vez maiores de informações para a produção de análises e estatísticas.
– Manufatura aditiva: tecnologia de impressão 3D, na qual peças e produtos são fabricados adicionando-se camadas finas de materiais, uma sobre a outra. O objeto a ser impresso é desenhado digitalmente em software de modelagem tridimensional, o que permite sua visualização antes da fabricação.
Com todas as inovações que a Indústria 4.0 está trazendo para a sociedade contemporânea, cabem às empresas e aos profissionais se qualificarem para se destacarem no mercado, superarem seus concorrentes e crescerem cada vez mais em suas áreas de atuação.