O cinto de segurança é um equipamento de proteção individual (EPI) essencial para trabalhos em altura. Ele garante a segurança e proteção no dia a dia do trabalhador.
As atividades em altura estão associadas a riscos significativos. Por isso, é fundamental a utilização correta deste tipo de equipamentos. No artigo “A IMPORTÂNCIA DO USO DO CINTO DE SEGURANÇA NOS TRABALHOS EM ALTURA NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL”, Douglas Nery Schneider nos diz que:
“De acordo com Souza (2017), estatísticas do INSS indicam que, em 2017, das 349.579 Comunicações de Acidentes de Trabalho (CATs) realizadas pelas empresas junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 37.057 estavam relacionadas a quedas, representando 10,6% do total de registros. Desses casos, 14,49% resultaram em acidentes fatais, sendo a construção civil o setor com maior incidência desse tipo de ocorrência”.
Neste artigo vamos ver os diferentes tipos de cintos de segurança, a sua classificação e como utilizá-los corretamente. Além de orientações sobre como, cumprir as normas regulamentares e garantir a segurança dos trabalhadores nos trabalhos em altura.
EPI e a NR do trabalho em altura
Desde 1978, o Ministério do Trabalho vem criando normas que estabelecem as condições necessárias para a segurança do trabalho em diversos setores da economia.
As normas regulamentadoras (NRs) orientam empregadores e empregados em todas as etapas necessárias da produção. Além disso, ela tem caráter de lei. Isso significa que é obrigatório seguir essas regras, caso contrário, haverá penalidades.
No trabalho em altura, a NR 35 define condições de segurança para atividades realizadas acima de 2 metros do solo. Do planejamento ao treinamento, a NR 35 mostra os cuidados para evitar possíveis acidentes.
O equipamento de proteção individual (EPI) é essencial para evitar quedas no trabalho. Caso não haja outra opção para reduzir ou eliminar o risco de queda, o EPI é uma medida preventiva que garante a segurança no trabalho em altura.
Sistema de proteção contra quedas (SPQ)
Quando pensamos em trabalho em altura, pensamos em escadas, cordas e andaimes. Mas como garantir a estabilidade durante a operação?
Existe um conjunto de procedimentos e equipamentos que atuam em conjunto para minimizar as consequências das quedas neste tipo de trabalho. É o famoso sistema de proteção contra quedas (SPQ).
Em primeiro lugar, o empregador é responsável por fornecer um plano técnico de medidas de segurança. Por meio de uma análise preliminar de riscos, é possível identificar os possíveis riscos da atividade a ser exercida. Lembrando que “mais vale prevenir do que remediar”.
Os principais objetivos do SPQ são:
- controlar a queda;
- posicionar o trabalhador de forma segura;
- permitir que ele trabalhe com as mãos livres;
- limitar o acesso do trabalhador a áreas com risco de queda;
- permitir a movimentação segura com cordas.
Importância do cinto de segurança para trabalho em altura
Os cintos de segurança são equipamentos essenciais para trabalhos em altura. Os profissionais que trabalham na construção civil, instalações elétricas, limpeza de janelas em edifícios, andaimes e outras atividades devem sempre utilizar este dispositivo como forma de proteção e garantia de segurança.
O modelo de cinta mais recomendado para trabalhos em altura é o tipo paraquedista . Ele distribui o peso do trabalhador e reduz o trauma na coluna, que pode ocorrer devido ao puxão ao esticar o talabarte (extensão do cinto).
Qual o melhor cinto de segurança para trabalho em altura?
Existem vários tipos de cintos de segurança para trabalho em altura. Para escolher o mais adequado para cada atividade, é fundamental conhecer os principais, suas características e finalidade:
- Arnês de 1 ponto de fixação: usado com um conector Y para ancoragem em uma linha de vida ou pontos de fixação específicos;
- Arnês para Espaços Confinados com Alças: Utilizado para atividades que exijam apoio do trapézio;
- Cinto de posicionamento com ponto de fixação abdominal: concebido para atividades que requerem mãos livres e conforto lombar;
- Cinto para montanhismo industrial com acesso por corda e resgate: ideal para atividades que requeiram mais conforto, utilizado para subida, descida e resgate de pessoas;
- Cinto de soldagem: resistente a respingos durante a soldagem, adequado para atividades de soldagem.
O conhecimento dos acessórios que complementam o cinto de segurança para trabalho em altura é fundamental. O talabarte, o engate entre o cinto e o ponto de ancoragem, é um deles.
Algumas dicas essenciais:
- O talabarte deve ser utilizado com cinto do mesmo fabricante.
- O cinto pode ser usado com um trava-quedas para evitar que o trabalhador caia conectando o cinto de segurança a um ponto de ancoragem.
- A diferença entre uma corda e uma linha de vida está no uso: a corda é usada quando não há linha de vida e a distância de queda é grande.
- O anti-queda é instalado onde a estrutura é forte e pode suportar o kg/força em caso de queda. Não é possível instalar linhas de vida em espaços abertos. Por exemplo, na montagem de andaimes, é utilizada uma cinta com cabo, ancorado durante a montagem.
Qual a altura mínima para o uso do cinto de segurança?
A altura mínima para uso do cinto de segurança em trabalhos em altura é de 2 metros em relação ao nível inferior, conforme determina a Norma Regulamentadora 35 (NR-35) do Brasil.
Esta norma define os requisitos e medidas de proteção para trabalhos em altura, garantindo a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos.
Como usar o cinto de segurança para trabalho em altura?
Para usar corretamente o cinto de segurança em trabalhos em altura, siga os seguintes passos:
- Escolha o cinto adequado: Escolha o tipo de cinto de segurança específico para o trabalho em altura a realizar, de acordo com as características e necessidades da atividade.
- Verifique o estado do equipamento: Antes de usar a correia, verifique seu estado geral, verifique possíveis danos, desgaste ou falha dos componentes.
- Use o cinto de segurança: Aperte bem o cinto de segurança ao corpo e certifique-se de que todas as fivelas e correias estejam bem fechadas e ajustadas.
- Prendendo uma corda ou linha de vida: Prenda a corda (ligação) ou linha de vida ao arnês e depois ao ponto de ancoragem apropriado. Certifique-se de que a conexão esteja correta e segura.
- Verifique o ajuste e o conforto: certifique-se de que o cinto se ajusta perfeitamente ao seu corpo e permite liberdade de movimento. Mas sem folga excessiva que possa comprometer a segurança.
- Trabalhe seguro: Mantenha-se sempre conectado ao sistema de ancoragem e siga as recomendações e procedimentos de segurança para trabalhos em altura.
O uso correto do cinto de segurança é fundamental para garantir a segurança dos trabalhadores em trabalhos em altura. Além disso, é importante realizar treinamentos especiais e cumprir normas regulamentadoras como a NR-35 no Brasil.
Conclusão
Além de escolher o cinto de segurança certo, é fundamental que os trabalhadores recebam treinamento adequado sobre como usá-lo corretamente. Afinal, não adianta ter o equipamento e não saber usá-lo.
Com essas dicas você já tem a garantia de usar o cinto de segurança para trabalho em altura de forma correta.