Mais do que pensar em opções de previdência social ou previdência privada, muitos brasileiros estão preocupados com sua renda de amanhã e grande será o impacto em 2021 com o fim do Auxílio Emergencial.
O auxílio emergencial concedido pelo governo federal durante a pandemia do novo coronavírus foi um “alívio” para as famílias diretamente afetadas pela crise, mesmo com valor baixo para necessidades básicas, como moradia e alimentação.
Sendo pago desde abril desse ano, com período inicial de três meses, o auxílio foi prolongado por mais dois meses até nova medida em que determinava nova extensão, fazendo com que ele fosse pago até o fim do ano.
No início, o valor era de R$600 e podia chegar a R$1.200 para mães solteiras. Já nas últimas quatro parcelas, o benefício era de R$300,00 e passou por novas revisões, fazendo com que algumas pessoas perdessem seus direitos.
Segundo dados do Ministério da Cidadania, mais de 66 milhões de pessoas receberam diretamente o Auxílio Emergencial desde abril e, contabilizando também o número de integrantes de uma família, o benefício chegou a 60% da população brasileira.
Se o benefício foi muito importante para esse momento tão incerto, diferente da pandemia, ele já tem data para acabar e vai causar grandes impactos para a população brasileira.
O fim do Auxílio Emergencial e o Brasil 2021
Mesmo com avanços nas pesquisas e nos planos de vacinação, ainda é incerto quais serão os passos do Brasil para conter a crise causada pelo coronavírus em 2021.
E é certo que com vacina ou não, o vírus não irá desaparecer magicamente do país e do mundo e muitas ações ainda precisarão ser tomadas para retomada da economia e dos empregos no Brasil.
A pandemia mostrou mais do que nunca as desigualdades sociais no Brasil e diversos trabalhadores perderam seus postos, sejam formais ou informais, e passaram a ter como única fonte de renda o auxílio emergencial.
De acordo com pesquisa do Datafolha, a maioria dos brasileiros que receberam o auxílio o utilizaram para comprar comida e pagar contas primordiais.
Aqueles que conseguiram, fizeram pequenas reservas, que foram importantes quando ele foi reduzido pela metade.
Nos últimos quatro meses de auxílio, no valor de R$300,00, muitos brasileiros precisaram escolher entre comer ou pagar as contas para sobreviver com a renda mensal em meio ao caos.
Se os R$300 já exigiam grande malabarismo, a falta dele atingirá fortemente a população, mais ainda aquela periférica e que ainda não conseguiu retomar aos seus postos de trabalho.
Com a economia em crise, alta dos preços dos alimentos, falta de políticas públicas e ausência das alternativas para geração de renda, a tendência é que se agrave o número de brasileiros na extrema pobreza no país.
De acordo com cálculos feitos pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), caso o auxílio seja interrompido sem nenhum outro programa no lugar, o número de brasileiros pobres, com renda menor do que um terço do salário mínimo per capita, chegaria a 30% da população, cerca de 63 milhões de pessoas.
Esse número é muito maior do que o percentual de brasileiros atendidos pelo Bolsa Família antes da pandemia, o que escancara uma grande dificuldade a ser enfrentada no país.
Já o Banco Central (BC) admitiu que o fim do auxílio emergencial deve causar uma desaceleração no consumo das famílias, o que coloca uma incerteza a mais na velocidade da retomada econômica a partir do fim de 2020.
Bolsa Família
Os participantes do Bolsa Família, que automaticamente receberam o auxílio emergencial, voltarão a receber o seu benefício.
Mais do que isso, segundo o ministro da economia Paulo Guedes, caso não haja uma “segunda onda” da pandemia no país, a expectativa é a inclusão de ao menos 6 milhões de pessoas no programa, que hoje atende cerca de 14 milhões de famílias brasileiras.
Como citamos, porém, a ampliação ainda está longe e não contempla as 65 milhões de pessoas e famílias atendidas atualmente pelo auxílio emergencial.
Não há definições sobre o aumento ou novas estruturas do Bolsa Família e estratégias de aprimoramento como o Renda Brasil, segue sem definição.
Sendo assim, ainda não há novas estratégias que contemplem essa parte da população para o próximo ano. Segundo Paulo Guedes, caso exista uma nova onda de covid-19, o auxílio será prorrogado, porém, há resistência da pasta com a medida e o presidente Jair Bolsonaro é contra tais afirmações.
Com o desemprego ainda em alta e a economia estagnada, é incerto o futuro de milhões de brasileiros no próximo ano e o fim do auxílio torna esse planejamento ainda mais delicado.
Você recebe auxílio ou conhece alguém que recebe? Como estão os planos financeiros com o seu fim e qual impacto ele causará em sua família?