Open Banking, esta funcionalidade deve aumentar a concorrência, facilitar a aprovação de crédito e reduzir as taxas
O Open Banking deve transformar o mercado de crédito brasileiro. Além de aumentarem os volumes de concessão de crédito, as novas regras devem favorecer a redução das taxas cobradas pelas instituições financeiras.
Muitas informações têm sido divulgadas, mas, afinal, o que é o Open Banking? Como ele vai funcionar na prática?
Qual a relação com o financiamento de imóvel e de que forma o consumidor vai se beneficiar com essas mudanças?
O que é o Open Banking?
O Open Banking é uma nova forma de lidar com os dados financeiros e bancários dos consumidores. A partir da sua implementação, o banco deixa de ter o uso exclusivo das informações dos seus clientes, ou seja, o consumidor passa a ser dono dos seus dados.
Desta forma, o consumidor tem a liberdade de escolher com quais instituições financeiras gostaria de compartilhar suas informações bancárias.
Isso significa que o cliente de um banco pode usar todo o seu histórico de bom pagador para negociar um produto financeiro com outro banco.
Antes do Open Banking, ao buscar um serviço em um banco no qual o cliente não tinha histórico, essa instituição não tinha acesso a dados passados e histórico do consumidor, já que esse histórico ficava nas mãos da instituição em que ele costumava usar os serviços.
Isso fazia com que o consumidor não buscasse opções em outros bancos por dificuldade nas etapas de negociação.
É justamente em razão disso que o Open Banking promete causar um impacto significativo no mercado de crédito.
A partir da sua implementação, as instituições financeiras terão acesso a mais informações; desta forma, a concorrência deve aumentar e, consequentemente, o volume de crédito disponível também cresce.
Compartilhamento de dados
O compartilhamento das informações de um cliente só poderá ser feito com o consentimento do próprio usuário. Entre as informações compartilhadas estão:
- dados pessoais — como o nome, CPF, CNPJ, telefone, endereço;
- dados de transação — como perfil de consumo, informações sobre renda/faturamento, capacidade de compra, conta corrente; e,
- dados de produtos e serviços — como informações sobre empréstimos e financiamentos.
O que vai mudar no mercado de crédito e financiamento?
O mercado de crédito e financiamento vai ser afetado porque um dos objetivos do Open Banking é justamente democratizar o acesso a empréstimos e produtos correlatos.
Assim, os bancos, instituições financeiras e fintechs passam a ter acesso a informações de clientes pessoas físicas e jurídicas (somente com autorização), e o cliente passa a ter mais opções na hora de escolher a instituição com quer firmar um contrato para compra de produto ou serviço.
O histórico de um cliente é a informação mais importante para uma instituição financeira no momento da concessão do crédito.
Com o Open Banking, o cliente tem a opção de usar o histórico em um banco para negociar com diversas instituições.
Isso garante maior concorrência entre os bancos o que, consequentemente, afeta positivamente o consumidor, que passa a ter acesso a melhores condições de taxas e consegue negociar de forma mais democrática entre as instituições.
Outro impacto que deve afetar o mercado de crédito e financiamento é a queda na taxa de juros, que deve ser observada no longo prazo.
Com o aumento da concorrência entre as instituições financeiras, a redução da taxa de juros será uma consequência natural.
Isso porque as instituições vão ter que se adaptar ao aumento da competição, precisando abordar os clientes com ofertas mais atraentes caso queiram conquistá-los.
A lógica do Open Banking é ampliar as opções disponíveis aos consumidores. Por isso, o cliente com histórico de crédito em um banco (pagamento de contas em dia, recebimento de salários, empréstimos) poderá pegar todas essas informações e levar para a instituição de sua escolha.
É sem dúvida uma excelente opção para o consumidor que deseja trocar de banco e ter acesso a condições mais atrativas (que sempre são oferecidas com base em um histórico positivo de crédito).
A obtenção de crédito passará a ser menos burocrática, mais barata e com mais opções para o consumidor.
Quando o Open Banking passa a valer?
O Open Banking tem um cronograma de implementação divulgado pelo Banco Central:
- Fase 1 — Início em 01 de fevereiro de 2021: fase inicial entre as instituições financeiras, ainda sem a possibilidade de compartilhamento de dados de clientes.
- Fase 2 — Início em 13 de agosto de 2021: data a partir da qual os clientes podem autorizar o compartilhamento dos seus dados. Segundo informações do BC, “os clientes, se quiserem, poderão solicitar o compartilhamento entre instituições participantes de seus dados cadastrais, de informações sobre transações em suas contas, cartão de crédito e produtos de crédito contratados.”
- Fase 3 — Início em 29 de outubro de 2021: iniciam as transações de Pix, com a entrada gradual das demais modalidades de pagamento.
- Fase 4 — Início em 15 de dezembro de 2021: será possível compartilhar outros dados como informações de clientes sobre previdência, seguros, investimentos, câmbio, entre outros.
Para os consumidores que estão em busca de melhores oportunidades para obtenção de crédito e financiamento, o Open Banking é uma ótima notícia.
Com o aumento da concorrência e a maior liberdade no uso de dados, as ofertas devem ficar mais atraentes e os juros devem cair.